Author Archives: Kerol
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Um diálogo
– CHEGA! Eu não aguento mais! – gritou Antônio, pai de gêmeos autistas.
– Mas, Antônio… quem passa o dia todo nas terapias com os meninos sou eu! – respondeu, desconcertada, a esposa Clarice.
– Mas quem tem 3 empregos pra bancar esta vida louca sou eu! E quando chego em casa, não tem como descansar! – explodiu Antônio.
– Ué?! Você acha que eu descanso? – retrucou Clarice.
Nem precisamos continuar o diálogo. Você já entendeu que o clima não anda dos melhores na casa de Antonio e Clarice.
O que fazer numa situação assim?
O primeiro passo, como já dissemos em nossas redes sociais, é estar convicto de que a mater/paternidade atípica tem espaço, sim, para a felicidade. A sua vida não precisa ser como a deste diálogo acima. E, caso esteja parecida, é possível mudar. Tem luz no fim do túnel, sim.
Em seguida, precisamos pensar em estratégias não só para o que vivemos agora, mas para o longo prazo também. Afinal, ter filhos é uma jornada de longo prazo. As soluções financeiras das quais necessitamos não podem funcionar só na semana que vem. Precisam funcionar nos próximos meses e anos, senão não fica sustentável – nem em termos financeiros, nem em termos emocionais.
A necessidade de CLAREZA
Então, pensando no longo prazo, precisamos, antes de mais nada, de CLAREZA:
O que você pode fazer após ler este post
Para que este post seja realmente útil a você, ele precisa se transformar em algo prático em sua vida. Não queremos que você só “consuma” nosso conteúdo. Queremos que você aplique cada ideia, orientação, dica ou sugestão na sua vida, pouco a pouco. Desta forma, sua vida financeira começará a se transformar e, consequentemente, a se tornar uma aliada de sua mater/paternidade atípica.
Neste post, queremos deixar aqui 3 ações para você fazer JÁ.
Para fazer JÁ:
Está faltando um profissional importante na equipe da sua criança e você nem percebeu.
Pelo menos, aqui em casa, nós demoramos vários anos para perceber que, na equipe do nosso filho Paulo, faltava uma figura fundamental.
Como assim?
Fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, psicomotricista … a lista de profissionais que atendem uma criança com deficiência pode ser bem longa. Na maioria dos casos, é necessária uma equipe multidisciplinar para que todos, cada um com sua expertise, ajude a criança a se desenvolver.
O que pouca gente sabe é que, nesta equipe, deve haver espaço para o Planejador Financeiro – alguém cujo trabalho vai ser a base de decisões bem feitas sobre todo o trabalho da equipe de saúde.
O planejamento financeiro é essencial para que a mãe e o pai atípico ganhem clareza, assertividade, conhecimento e segurança na hora de lidar com todas as novidades e desafios que o diagnóstico da criança pode trazer.
É algo que toda mãe e todo pai atípico precisa, independente do diagnóstico da criança, da quantidade de tratamentos ou de quanto é a renda familiar.
É ainda mais indicado que o planejamento financeiro seja feito com a ajuda de quem conhece os bastidores da mater/paternidade atípica. Afinal, há particularidades nas nossas decisões que somente quem vive esta realidade consegue avaliar bem. Quer um exemplo?
Quando o assunto é investimentos, mães e pais atípicos precisam, com muito cuidado, confrontar as características dos produtos financeiros com suas particularidades.
Afinal, temos dependentes mais vulneráveis (a criança com deficiência) e, talvez mais do que outros públicos, podemos vir a precisar do dinheiro investido com mais urgência e frequência (quem já precisou internar sua criança às pressas entende isso). Neste caso, o aspecto da liquidez de cada investimento (ou seja, sua capacidade de se tornar “dinheiro na mão”) tem de ser levado em conta.
Este é apenas um dos exemplos; poderíamos citar muitos mais. Por ora, queremos saber: você já havia pensado nisso? Que dúvida você tem sobre este tema e que podemos te ajudar?
Se a sua resposta foi SIM, saiba que isso pode ser uma boa notícia para suas finanças.
Como assim?
Nós sabemos muito bem, pois já vivemos isso algumas vezes, que receber um diagnóstico pode ser algo extremamente difícil. Algo que nos deixa mais vulneráveis, mais frágeis. Na maioria dos casos, nosso orçamento também é afetado.
O que fazer, então, para ficarmos mais fortes?
Na verdade, não devemos querer ficar mais fortes, mas, sim, ANTIFRÁGEIS.
O que é isso?
O conceito de ANTIFRAGILIDADE ficou conhecido pelo trabalho de Nassim Nicholas Taleb, autor libano-americano, matemático de formação.
Em seu livro “Antifrágil: coisas que se beneficiam com o caos” (2012), Taleb explica que a antifragilidade é o extremo oposto da fragilidade, ou seja, é algo que quanto mais exposto a dificuldades, mais e mais forte se torna.
Quer um exemplo?
Você já reparou que quando fazemos atividade física por um tempo prolongado, nosso corpo cria mais músculos?
E o que acontece se fizermos o contrário, se deixarmos nosso corpo em longos períodos de repouso? Nossa musculatura vai gradativamente se reduzindo, ou seja, ficamos cada vez mais fracos quanto mais repouso e tranquilidade tivermos.
Com as nossas finanças de mães e pais atípicos, podemos e devemos fazer a nossa parte para seguir a mesma lógica, ou seja, para que haja fortalecimento financeiro à medida que lidamos com situações inusitadas e desafiadoras.
Nossa criança precisa de terapias? Vamos rever as prioridades dos gastos. Precisamos gastar com remédios? Vamos organizar melhor o orçamento. Não conseguimos o atendimento gratuito que tanto queríamos? Vamos estudar formas de aumentar a renda sem desatender a criança. O salário parece ter ficado curto para tantas demandas? Vamos aprender a investir.
A lista poderia continuar com muitos mais exemplos. A ideia principal que queremos passar aqui é: por mais difícil que seja a situação que você esteja passando agora, em que se mistura a dor de um diagnóstico com a questão financeira, saiba que é possível se tornar ANTIFRÁGIL. Exige esforço e, acima de tudo, vontade verdadeira de evoluir também nas finanças.
Você quer?
Nosso filho Paulo tem uma história de vida que inspirou todo este trabalho que você está vendo nascer aqui. Já passou por muitas dificuldades em seu desenvolvimento e talvez por isso mesmo tenha precisado aprender, de uma maneira diferente, a lidar com obstáculos.
Mas… o que isso tem a ver com a sua vida financeira?
É o seguinte:
Paulo sempre precisou fazer muitas terapias. Houve épocas em que sua agenda era mais lotada do que de muitos executivos. Ainda hoje exige atividades específicas e constantes para que se desenvolva. E é nesses momentos em que nós, os adultos, mais aprendemos.
Em momentos em que se sente sobrecarregado ou desorganizado, ele já consegue sinalizar que precisa colocar-se em ordem. E diz: “pai, mãe, um por um“. (Ele diz isso de um jeito que os mais próximos já conhecem: “um-pu-lum”).
O “um por um” do Paulo nos ensina sobre o valor de se ter ORDEM na vida.
Quem tem uma criança com deficiência sabe que a vida e o orçamento viram de cabeça pra baixo muitas vezes. E é a ORDEM que sustenta todo este edifício da mater/paternidade atípica.
Se vivemos a ordem na rotina, nosso tempo rende mais. Se a aplicamos na vida financeira, conseguimos usar melhor o dinheiro, independente de quanto se ganhe.
Ter ordem não significa ser metódico ou inflexível. Aqui em casa, com 4 crianças pequenas, isso seria impossível. Ter ordem tem a ver com CLAREZA das suas prioridades. Isso, por sua vez, permite ver e trilhar um caminho que vai te tirar de uma situação caótica (na vida ou nas finanças).
Caso você esteja com a vida ou as finanças desorganizadas, experimente o UM POR UM como parte da solução. Pense no próximo passo, em vez de se sentir sobrecarregado com tudo o que vem pela frente.
Se precisar de ajuda, envie-nos uma mensagem.